Família Kumm

Aos poucos fotografamos o mundo

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Partida: 15/08/2005 - Retorno: 07/09/2005

Depois de dar adeus ao nosso pai Yoldory, retomamos ao projeto, que não pode ser executado totalmente devido a problemas na empresa.

SALTA – SAN ANTÔNIO DE LOS COBRES – SAN SALVADOR DE JUJUY

Data: 20/08/2005 18:00:00 - Kilometragem 424Km

O caminho traçado para hoje foi o Viaduto La Povorilla. Ele foi construído em 1930, tem 250mts de altura, fica no povoado de San Antonio de Los Cobres, onde a pouco tempo atrás o trem das nuvens chegava e depois retornava para Salta. Foram utilizadas as seguintes rodovias ruta 51 até o atrativo, depois retornamos a lendária ruta 40  e ruta 53 até Jujuy. A temperatura oscilou bastante em todo trajeto entre 7ºC a 29ºC,  numa linda manha de sol. Não foi só a temperatura que oscilou, mas também a altitude, que variou de 1200 mts a 4300 mts acima do nível do mar.

Saímos do estacionamento às 6h30 da manhã, depois de uma ótima noite de sono dentro do Flecha. Logo na saída percebemos que o painel não estava funcionando, e tivemos que atrasar nossa viagem a procura de um eletricista. Depois de algumas rodadas achamos uma oficina elétrica, mas só abria às 9h. Estávamos agoniados e com pressa de ir conhecer o viaduto, o Walfredo começou a mexer nos fusível do carro e descobriu que havia um com defeito. Trocamos o fusível e tudo voltou a funcionar normalmente. Ainda bem que a oficina estava fechada, senão era mais alguns pesos que iria ficar.

A estrada era muito bonita, ficava no meio de cânons, a vegetação era rasteira ou com cactos, e o rio estava quase seco. Nos primeiros quilômetros a estrada era excelente em asfalto depois vieram 27 quilômetros de estrada de chão, a famosa estrada de ripel, com muita curva e subindo para uma altitude de 3169mts acima do nível do mar. No caminho vimos algumas comunidades e ruínas de comunidades que passaram por ali. O povo é uma mistura de índios e argentinos com a pele morena avermelhada, cabelos negros, lisos e brilhantes.

Chegamos a San Antonio sem nenhum problema, o carro foi normal, esta mais econômico, só a poeira que era constante. A comunidade recebe turista de todos os locais no planeta, para prática de turismo de aventura e turismo 4X4. Um parecer como Bacharel em Turismo é que a comunidade não está preparada para esta demanda. Os locais que servem alimentação possuem aspectos sujos, nenhuma higiene e com centena de pedintes, que abordam as pessoas sem ao menos deixa-las saírem do carro. Neste momento você não sabe se sai do carro ou se sai da cidade sem ao menos ter visto alguma coisa ou vivido alguns momento no local. Procuramos informação sobre a estrada que nos levaria para o viaduto, num posto de informação turística, que nos informou corretamente o local.

Chegamos ao viaduto sem problema algum, quando paramos o carro veio tanta gente pedir e vender coisas que deu vontade de desistir das fotos. Depois de livramos dos pedintes, tiramos muitas fotos, algumas bem interessantes. O trabalho de engenharia realizado a 70 anos atrás é esplendido, é uma grandiosidade fenomenal. Não sei se teria coragem de andar no trem, depois de ver esse viaduto. Nesse local, além de muitos vendedores desorganizados de artesanato que ficam molestando os turistas, há crianças vestidas de índios andinos, pedindo para os turistas tirarem suas fotos em troca de pesos ou guloseimas. Nossos corações acabaram cedendo e tiramos algumas fotos deles.

Pedimos para um casal de argentino tirar nossa foto debaixo do viaduto e com isso fizemos um novo relacionamento. Trocamos algumas conversas e eles nos convidaram para conhecer as grandes salinas aceitamos o convite e ficamos de nos encontrar na ruta 40.

Saímos de lá com o estomago grudado na costela, fomos ao vilarejo e pedimos algumas empanadas (6 ) e fomos comer dentro do carro, pois se fossemos comer no local não comeríamos. Assim que paramos o carro numa sombra veio os pedintes novamente, demos moeda para livrarmos e podermos comer descansadamente. As empanadas eram pequeninhas, mas muito gostosas, porém não matou a fome, mas foi bom assim comemos algumas coisas que tínhamos no carro.

Saímos em direção a ruta 40 que é totalmente de ripel até o encontro com a ruta 52, a poeira era tanta que chegou a secar nossas garganta, nariz, peito, cabelo, pele, enfim tudo. Mal podíamos respirar, na verdade essa paisagem da um pouco de depressão, sentimento de impotência e de medo. Depressão por ser uma paisagem morta, impotência por você não poder fazer nada para melhorar e medo de ver nosso futuro sem água ficar igual.

Encontramos com os nossos amigos de estrada e dirigimos para as grandes salinas. A gradiosidade delas, diz nossos amigos que é do tamanho da Capital Federal, é muito sal, não da para descrever. Andamos de carro sobre o sal e parecia cheio de emendas. Admiramos um pouco aquela visão e despedirmos de nossos amigos. Eles iam para Humahuaca e nos para Jujuy.

No caminho subimos montanhas e montanhas num visual lindo com 4.300 mts de altitude acima do mar, não tivemos reação alguma com essas grandes altitudes. Nem precisamos do oxigênio que gentilmente foi nos cedido pelo pessoal da Parcel, a quem mandamos um grande abraço. Na verdade passamos o dia entre subidas a grande altitudes com permanecia de horas nelas e descidas bruscas. Nosso organismo não sentiu, pelo menos até o presente momento.

Chegamos em Jujuy na boca da noite e procuramos um hotel. Dos quatro que tínhamos visto, ficamos no que o guia dizia ser 4 estrela. Tinha o menor preço entre eles. Só que para nós, 4 estrelas é muito mais do que isso.

Jantamos no quarto do hotel, vinho, salame, queijo, estava ótimo.

CURIOSIDADE

TREM DAS NUVENS
 
Sai do município de Salta até San Antonio de los Cobres, num total de 434 km. Chega a uma altitude de 4220 mts acima do nível do mar. Passa por 9 tuneis e 11 viadutos, sendo o mais importante o Viaduto La Polvorilla .

 

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